Publicado em 25 de março de 2011
“As mães de Chico Xavier” tem pré-estréia para membros da imprensa e convidados. Panfletário, o filme levanta a bandeira contra o aborto provocado
Com estréia nacional marcada para sexta-feira da semana que vem, avants-premières do filme “As mães de Chico Xavier” (2011) para a membros da imprensa e convidados pipocam por todo o país. A vez de Goiânia foi nesta semana e a pré-estréia no Cinemark do Flamboyant Shopping Center contou com a presença do ator Nelson Xavier, que pela segunda vez encarna o médium Chico Xavier, acompanhado pelo ator Joelson Medeiros, o produtor Luís Eduardo Girão e o diretor Glauber Filho. Membros da Federação Espírita de Goiás, representantes do Grupo Arte Nascente (Gan) e do Núcleo Audiovisual Espírita (Nave), que promove o 1º Festival de Cinema Transcendental que acontece neste fim de semana em Brasília, também estavam lá.
Para animar a entrada dos convidados no cinema, três artistas do Gan tocavam e cantavam músicas com temática gospel. Pequeninos embaixo da grande tela branca, eles arranhavam um violão elétrico amplificado por uma caixa de som meio velha que chiava muito e estalava de vez em quando. O microfone foi passado à mestre de cerimônias que discorreu um pouco sobre o filme e sobre o cinema transcendental, um gênero cinematográfico que tem como tema o espiritismo. Nelson Xavier tomou a palavra e disse que esta era a segunda vez que ele vinha a Goiânia. A primeira foi para as gravações do filme “Césio-137- O Pesadelo de Goiânia” (1990). Joelson Medeiros falou um pouco e Glauber Filho agradeceu a Chico Xavier pela confiança ao permitir que ele fizesse o filme. O produtor Luís Girão se alongou um pouco mais, afirmando que o longa nas, exibições teste, “agradou a todo mundo porque não levanta bandeira e é includente”.
Infelizmente, o produtor não tem razão ao dizer que a película não é panfletária. A bandeira contra o aborto é balançada mais de uma vez durante todo o filme e, para ser mais enfático, a seguinte frase pode ser lida antes dos créditos finais: “este filme é dedicado a todas as crianças vítimas de aborto provocado”. Note que o termo usado foi “crianças” e não “fetos”. A imagem da mãe abnegada, amorosa e totalmente dedicada aos filhos também é bastante exaltada durante toda a projeção. Quando a personagem da atriz Tainá Müller, vítima de uma gravidez indesejada, ouve da médica que não é normal se sentir despreparada para ser mãe, dá para saber que o modelo de maternidade retratado ali não reflete a realidade e faz com que muitas mulheres se sintam inadequadas quando o assunto é criar filhos.
Como o próprio título diz, o foco do roteiro são as mães. O carismático Chico Xavier, mais velho e mais feliz, não aparece tanto. O que é uma pena pois, sempre que o ator Nelson Xavier está em cena, a platéia relaxa e até ri. O resto do longa é arrastado e lento. As interpretações são boas e chegam a emocionar, mas nada digno de um Oscar. Se você não é partidário ou simpatizante da doutrina espírita e quer prestigiar o cinema nacional, melhor pagar o ingresso para ver “Bruna Surfistinha” (2011).
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Um comentário:
Como o próprio título diz, o foco do roteiro são as mães. O carismático Chico Xavier, mais velho e mais feliz, não aparece tanto. O que é uma pena pois, sempre que o ator Nelson Xavier está em cena, a platéia relaxa e até ri. O resto do longa é arrastado e lento. As interpretações são boas e chegam a emocionar, mas nada digno de um Oscar. Se você não é partidário ou simpatizante da doutrina espírita e quer prestigiar o cinema nacional, melhor pagar o ingresso para ver “Bruna Surfistinha” (2011).
Voce é louca por acaso? Entre ver um filme de péssimo conteúdo e não ve-lo, a segunda opção.Tem merda na cabeça!
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