Orgulho e preconceito e zumbis
“Alegrias como essa são cada vez mais raras desde que o bom Deus decidiu fechar os portais do inferno e condenar os mortos a vagar entre nós.”
Em 1813, Jane Austin publicou pela primeira vez Orgulho e preconceito que ela havia escrito 16 anos antes, enquanto ainda morava com os pais. A história, que se passa no início do século XIX, mostra como a jovem Elizabeth Bennet, a segunda de cinco filhas de um proprietário rural, lida com os melindres da rígida moral da aristocracia inglesa. Ao mesmo tempo, seu pai luta para sobreviver a alimentar as filhas enquanto sua mãe só se preocupa em lhes arranjar maridos. Nesta nova versão da obra-prima de Jane, o roteirista Seth Grahame-Smith achou que a vida de Lizzy não estava difícil bastante, então ele adicionou zumbis à trama. Agora, as irmãs Bennet não só têm que saber costurar e cozinhar, mas também têm que ser experts em dar chutes e cortar cabeças dos “não mencionáveis”. Ainda bem que os espartilhos só voltaram à moda na segunda metade do século XIX, senão, seria muito mais difícil para Elizabeth Bennet matar zumbis enquanto escolhia um esposo.
Este gênero literário que consiste em pegar clássicos da literatura e adicionar o grotesco e o fantástico na narrativa é apelidado de “mash-up”, mistura em inglês. E Grahame-Smith o faz tão bem neste livro que parece que foi a própria Jane que o escreveu assim. É realmente divertido ver uma dama manter seus modos à mesa após decapitar uma dezena de zumbis.
Título: “Orgulho e preconceito e zumbis”
Título original: “Pride and prejudice and Zombies”
Autores: Jane Austin e Seth Grahame-Smith
Tradutor: Luiz Antonio de Aguiar
Páginas: 320
Editora: Intrísica
Ano: 2010
Preço médio: R$ 29,90
O alienista caçador de mutantes
“A Casa Verde foi o nome dado à instituição, por alusão à cor das janelas e também ao que se acreditava ser a cor dos marcianos”
Esta versão do conto de Machado de Assis é mais uma adaptação livre do que um “mash-up” legítimo. Isso porque a coautora Natália Klein não usa o texto integral original, inserido novos elementos, mas faz um novo texto. Mesmo assim, parte do estilo está lá. Desta vez, o fantástico fica por conta de alienígenas que chegam à vila de Itaguaí depois de colidirem sua nave espacial com a Terra. Após alguns contatos imediatos de primeiro grau com alguns humanos, eles desapareceram, porém gases infestados por vírus de outro planeta começam a contaminar as pessoas e transformá-las em mutantes. Para estudá-los, Itaguaí recebe o doutor Simão Bacamarte que, ao invés de ser um especialista no estudo dos alienados, como no original, é um infectologista apelidado de alienista, uma mistura de “alien” e especialista.
O humor aqui é um pouco mais rude que no “mash-up” de Orgulho e preconceito e zumbis. As piadas são um pouco mais toscas do que o absurdo conseguido por Grahame-Smith como o exagero na feiúra da esposa de Bacamarte e a inserção de algumas modernidades como o Google e a Wikipédia. Este livro faz parte da coleção “Clássicos Fantásticos” do selo Lua de Papel que também tem os títulos Escrava Isaura e o vampiro, de Bernardo Guimarães e Jovane Nunes, Senhora, a bruxa, de José de Alencar e Angélica Lopes e Dom Casmurro e os discos voadores, de Machado de Assis e Lúcio Manfredi. Todos os coautores desta série também são roteiristas de TV.
Título: “O alienista caçador de mutantes”
Autores: Machado de Assis e Natália Klein
Páginas: 126
Editora: Lua de Papel
Ano: 2010
Preço médio: R$ 19,90
O Boticário - Maquiagem by Fernando Toquartto
“Fizemos questão de trazer todo nosso conhecimento à tona, ou seja, não escondemos nenhum truque na manga”
Este livro não ensina a fazer maquiagem de zumbi, nem de alienígena, mas pode deixar você, mulher, com um visual do outro mundo. O maquiador Fernando Torquatto, após ser consultor estratégico dO Boticário por cinco anos, consolidou a parceria lançando uma publicação com dicas, truques e muita informação sobre este assunto. O preço pode parecer salgado, mas o livro é enorme, detalhado e tem muitas fotos, além de uma boa quantidade de passo a passo com uma linguagem menos técnica e mais direta. Mas não basta comprar o livro e ficar encarando as lindas fotos (algumas 3D) na esperança de que uma mágica aconteça e você fique belamente maquiada como as modelos retratadas sem ao menos tocar em um pincel. Se quiser se transformar em uma expert em automaquiagem, pratique diariamente
e transforme este guia no livro de cabeceira mais pesado
que você já teve.
Título: “O Boticário – Maquiagem by Fernando Torquatto”
Autor: Fernando Torquatto
Fotografias: Jacques Dequeker
Páginas: 254
Impressão: Posigraf
Ano: 2011
Preço: R$ 89,90
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