sexta-feira, 11 de março de 2011

Da partitura para as telonas

Publicado em 11 de março de 2011

Ópera Carmen, de Georges Bizet, com tecnologia 3D, chega com emoção às salas de cinema da Capital. O Bom Coração, dirigido por Dagur Kári, traz Paul Dano no papel de um sem-teto

Depois do “showdumentário” em 3D Justin Bieber – Never say never (2011), é a vez da ópera pular na cara dos espectadores nas salas de cinema. O diretor Julian Napier usou a tecnologia que faz as mãos dos cantores se projetarem na direção do público para filmar Carmen 3D (2011). A obra mais conhecida de Bizet foi interpretada pela Royal Opera House sob a batuta do maestro Constantinos Carydis e traz a cantora Christine Rice no papel título.


Gravado em junho de 2010 na Royal Opera House, em Londres, a apresentação da ópera Carmen 3D, tem três horas de duração



O jornalista Irineu Franco Perpétuo, especialista em música clássica, assistiu a uma projeção especial para a imprensa e saiu de lá decepcionado. Em uma crítica para a Folha de São Paulo, ele afirma que o problema da projeção não é musical, mas visual, que fica muito aquém da “luxúria” 3D de filmes como Avatar (2009), de James Cameron. “Junte-se a isso legendas com erros de digitação e construções verbais esdrúxulas e temos um espetáculo no qual só o encanto da música de Bizet consegue manter o espectador na sala. Melhor ver um DVD em casa”, alfineta o jornalista.

Drama no bar


No filme O bom coração, Brian Cox vive o amargurado dono de bar que apadrinha um morador de rua interpretado por Paul Dano


O bom coração (The good heart - 2009) que entra em cartaz no Cine Cultura mostra a história de Jacques, interpretado por Brian Cox. Dono de um bar, ele é um fumante inveterado que não quer mudar de vida mesmo após quatro ataques cardíacos. Ao ter o quinto, ele é internado e conhece Lucas (Paul Dano), um jovem sem-teto que tentou suicídio há pouco tempo. Determinado a manter seu legado, Jacques faz de Lucas seu herdeiro e lhe ensina suas regras: sem novos clientes, sem confraternizações e sem mulheres.
Filmado de forma artística, O bom coração é bem sombrio. A narrativa segue a premissa de que, quando duas personalidades muito diferentes interagem, neste caso, uma fria e amarga e outra de boa índole e ingênua, elas se transformam mutuamente. Resta saber de quem é o bom coração.

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