segunda-feira, 18 de abril de 2011

Letras & Livros 08

01
Tudo que sei aprendi com a TV – A filosofia nos seriados de TV

“Os gregos antigos saberiam dizer exatamente o que estava acontecendo em Friends”

Em 2004, a MTV Brasil criou um VT que mostrava uma tela preta com os dizeres: “Desligue a TV e vá ler um livro”. Em uma ação ousada para promover a leitura, a emissora fazia um manifesto pela cultura sob pena de diminuir a própria audiência. “Nas duas primeiras semanas da campanha, mais de 200 mil telespectadores desligaram a TV. Se foram realmente ler um livro eu não sei", disse André Mantovani, presidente da MTV. É certo que muito viciado na programação da telinha apenas mudou o canal. Se esse tipo de junkie conhecesse Tudo que sei aprendi com a TV do americano Mark Rowlands certamente ele se interessaria em ler este livro.

Este filósofo e escritor americano que assistiu muita TV analisa de maneira simples e divertida alguns seriados de sucesso, aplicando seus conhecimentos de filosofia e de psicologia com muitas pitadas de senso comum. O fio condutor é a modernidade, suas qualidades e seus problemas que são muito bem retratados nos programas escolhidos. Buffy, a caça vampiros (Buffy the Vampire Slayer – 1997-2003) serve de base para discutir o conceito de obrigação. Com a Família Soprano (The Sopranos - 1999-2007), mistura-se Freud e Platão para se falar da improbidade moral. Em Sex and the city (1998-2004), discorre-se sobre o amor e a amizade sinceras e o valor do outro. No capítulo de Friends (1994-2004) fala-se do que é amor e o que é amizade segundo Aristóteles e outros gregos antigos. O frenesi de 24 horas (24 – 2001-2010) inspira o debate entre o utilitarismo e a moral kentiana. “Seinfield” (1990-1998) exemplifica muito bem a diferença entre o individualismo e o egoísmo. Em “Os Simpsons” (“The Simpsons – 1989-), o foco é a vida ideal. Já o seriado “Frasier” (1993-2004), o mais cabeça de todos, fecha o livro analisando a importância de tudo isso e o que significa ser fiel a si mesmo, num excelente casamento entre cultura de massa e cultura erudita.

Livro: “Tudo que sei aprendi com a TV – A filosofia nos seriados de TV”
Título original: “Everything I know I learned from TV”
Autor: Mark Rowlands
Tradução: Elvira Serapicos
Editora: Ediouro
Ano de lançamento: 2008
Preço médio: R$ 41,90

02
O Segredo da Caverna - a Fábula da TV e da Internet


O papel deles é entreter, encantar, manipular, divertir e informar os acorrentados. Fazem de tudo para que estes não questionem, não se rebelem e, principalmente, não tentem fugir da caverna (...).”

No caminho inverso de Rowlands, o recém-lançado livro do educador e pesquisador brasileiro Wagner Bezerra parte do Mito da Caverna criado pelo filósofo grego Platão para fazer uma analogia com os meios de comunicação e analisá-los. Direcionada para crianças e adultos, a primeira parte da obra transforma o Mito da Caverna em uma fábula infantil. A narrativa que tem ilustrações da artista plástica Silvana Bezerra é feita no estilo comumente usado nas histórias para crianças, com um vocabulário que mistura palavras simples a outras menos conhecidas pelos mais jovens. Termos criados por Platão são usados para dar nomes aos personagens. A linguagem lança mão da literalidade e das metáforas e o final é aberto, como no mito.

Na segunda parte, Bezerra traz a moral da história comparando os acorrentados da fábula aos viciados em televisão e internet que as consomem passivamente. Se a narrativa da primeira parte é um tanto maniqueísta, a explicação relativiza os conteúdos produzidos nestes meios e admite que nem tudo que é feito ali é ruim. A moral da história convida os jovens a fazer uma leitura mais crítica do que eles recebem da mídia e ainda oferece alternativas como livros, cinema e boas conversas ao vivo. A noção de liberdade de escolha também é apresentada e a opção de se desligar a televisão validada.

Livro: “O Segredo da Caverna - a Fábula da TV e da Internet”
Autor: Wagner Bezerra
Ilustrações: Silvana de Menezes
Editora: Cortez
Ano: 2011
Preço médio: R$ 19,00

03
100 gatos que mudaram a civilização – Os gatos mais influentes da história

“Todos esses felinos (...) mudaram a história de pequenas maneiras e às vezes não tão pequenas.”

Eles não são filósofos, mas tendem a ser bastante contemplativos e passam a impressão de que, além de elegantes, são bastante inteligentes. Neste livreto, os gatos e seus feitos são os personagens principais. Divididos nas categorias musas, pioneiros, heróis e anti-heróis, Stall apresenta os 100 gatos que mudaram a civilização ativa ou passivamente. Uma fofura de livro que vai agradar bastante os amantes dos pequenos felinos.

Livro: “100 gatos que mudaram a civilização – Os gatos mais influentes da história”
Título original: “100 cats who changed civilization”
Autor: Sam Stall
Ilustração: Gina Triplett
Tradução: Albertina Pereira Leite
Editora: Prumo
Ano de lançamento: 2009
Preço médio: R$ 29,90

Esta coluna de literatura é publicada aos domingos no Diário da Manhã
www.dm.com.br
suindaraalexandre@gmail.com

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Mensagens de outros mundos

Publicado em 1º de abril de 2011

As mães de Chico Xavier estreia hoje nas salas de cinema do País. O longa encerra as comemorações do centenário do maior médium brasileiro

O filme As mães de Chico Xavier (2011), de Glauber Filho e Halder Gomes, que entra em cartaz hoje, não é uma continuação de Chico Xavier, o filme (2010), de Daniel Filho. Apesar de trazer o ator Nelson Xavier interpretando novamente o personagem título, as histórias são independentes. O filme foi livremente inspirado no livro Por trás do véu de Ísis, do escritor Marcel Souto Maior, conta a história de três mães que buscam um pouco de alento para seus dramas pessoais em Chico Xavier e suas cartas psicografadas. Como o próprio título diz, o foco nesta trama são as mães e não o médium.

O filme, que teve várias pré-estreias por todo o Brasil, abriu o 1º Festival de Cinema Transcendental que aconteceu em Brasília na semana passada. Tanto a produção do filme quanto do Festival é da Estação Luz Filmes que produziu ainda Bezerra de Menezes – O diário de um espírito, que levou quase um milhão de pessoas aos cinemas em 2008, e coproduziu o filme de Daniel Filho, que teve um público de quatro milhões de pessoas, no ano passado.

Filmes com tema espírita ou transcendental vem construindo um público cativo desde de Bezerra de Menezes e muitos já arriscam a classificar esta temática como um novo gênero de cinema. O Festival teve a curadoria do jornalista Pedro Martins Freire e mostrou que muitos filmes podem ser classificados como transcendentais, mesmo sem abordar exatamente a doutrina espírita.

Esta é uma temática que veio para ficar e ainda vai estimular a produção de filmes nacionais transcendentais. O filme dos espíritos, baseado no Livro dos Espíritos de Alan Kardec, por exemplo, já tem sua estreia prevista para outubro.

Ameno como um programa matinal

Publicado em 1º de abril de 2011

Uma Manhã Gloriosa (Morning Glory - 2010) conta a história de Becky (Rachel McAdams), uma workaholic que, depois de demitida, acaba por ser contratada por uma emissora de televisão para produzir um programa matinal falido, apresentado por uma ex-miss (Diane Keaton) e um jornalista premiado e mal-humorado (Harrison Ford) que se vê obrigado a falar sobre amenidades.

Becky sonha em ser produtora de um programa deste tipo desde os oito anos de idade e nunca tem tempo para homens ou romance, mas Patrick Wilson aparece na trama para balançar o coração da protagonista. Com um pouco de sorte e mantendo a fé em si mesma ela consegue atingir seus objetivos. Até o estresse e a raiva que ela sente muitas vezes é redirecionado para fazer um trabalho melhor.

Dirigido por Roger Michell, de Um lugar chamado Notting Hill (Notting Hill - 1999) e roteirizado pelos mesmos responsáveis de O diabo veste Prada (The Devil wears Prada - 2006), o humor deste filme é leve e o final, claro, feliz.

Um vovô enxuto, linha dura e vingativo

Publicado em 1º de abril de 2011

Fúria sobre rodas (Drive angry - 2011) é um filme de ação, vingança e perseguição de carros em 3D. Na trama, Nicolas Cage vive Milton, um criminoso que foge do inferno para sua última redenção: vingar a morte da filha e impedir que a netinha seja sacrificada. Ele também quer detonar com o culto de magia negra responsável pelas atrocidades cometidas contra sua família. A polícia, é claro, persegue o anti-herói, assim como um enigmático e demoníaco assassino chamado de O Contador, vivido pelo ator William Fichtner.

Aos 47 anos, Cage ainda tem fôlego para, como diz o jargão do cinema americano, chutar uns traseiros. Porém, os roteiristas acharam que ele estava um pouco velho para ter uma filha ainda bebê e fizeram dele um avô na história. Mas um vovô enxutão que é acompanhado por Piper, uma garçonete encarnada pela atriz Amber Heard, de 25 aninhos.

O longa não tem uma história original e nem diálogos super-inteligentes. O entretenimento aqui fica por conta das perseguições de carro, explosões e lutas em 3D.

Mostra de médias-metragens franceses

Publicado em 1º de abril de 2011

Dois clássicos de média-metragem entram em cartaz hoje, no Cine Cultura, relançados mais de 50 anos depois de suas estréias em Cannes. O balão vermelho (Le ballon rouge - 1956) e O cavalo branco (Crin Blanc: Le Cheval Sauvage - 1953), ambos do diretor francês Albert Lamorisse. Os filmes chegam ao cinema em uma cópia restaurada e são exibidos nas mesmas sessões.

Em O balão vermelho, o filho do diretor Pascal Lamorisse vive um garoto solitário nas ruas de Paris e que encontra um balão vermelho amarrado a um poste de iluminação. Ao libertá-lo, ele passa a seguir o menino por onde quer que ele vá. Alguns adultos tentam tirar o balão do garoto, mas ambos fogem. Na fita, há poucos diálogos e a narrativa se ancora na imagem.

O outro média, O cavalo branco, mostra a luta de um adolescente para evitar que um cavalo selvagem seja preso e domesticado por um fazendeiro. Em 1953, ele foi o vencedor do prêmio Prix Jean Vigo de melhor curta-metragem e do grande Prêmio do Festival de Cannes. Este média mostra belas paisagens e mescla fantasia com realismo.

O bom e velho rock n' roll

Publicada em 1º de abril de 2011

As bandas Kweik e Velhos Livros fazem hoje, às 21 horas, no Centro Cultural Martim Cererê, shows de lançamento dos seus mais novos Cds. A Kweik apresenta ao público o seu 2º álbum, Histórias de amor [rock and roll & afins] e o Velhos Livros lança seu primeiro trabalho, O abstrato e o absurdo. A abertura fica por conta da banda Game Over. Histórias... contou com o apoio da Lei Goyases de Incentivo à Cultura, enquanto que O abstrato... foi gravado com recursos da banda e da iniciativa privada.

Em comum entre as bandas, a amizade entre os integrantes e o baixista Roberto Carrijo que atua nos dois grupos. A produção dos dois discos é do vocalista Vícios da Era, Smooth, que agora também é produtor musical. Outro ponto de convergência é o estilo musical que, apesar de cada banda ter influências distintas, é o bom e velho rock n' roll. Os dois álbuns são distribuídos pela Alvo Discos.

A Kweik é composta por Washington Duarte (vocal), Cássio Oliveira (guitarra), Roberto Carrijo (Baixo) e Janinho (bateria). O novo trabalho é lançado agora, nove anos após o seu 1º CD. O 2º mostra o amadurecimento do grupo e possui letras e arranjos que retratam, de maneira poética, a dualidade do amor, a vida cotidiana e a as crenças observadas na periferia das cidades refletidas em temas como as perdas, as diferenças sociais e o sofrimento das mulheres negras.

13 canções compõe o disco, sendo que 12 são de autoria da banda e uma regravação de Não vou ficar de Tim Maia, uma grande influência para o som do Kweik. Smooth cantou na faixa Mulheres negras, música que ele assina em parceria com Washington Duarte, vocalista do Kweik. Um documentário produzido pela banda está disponível no YouTube e no site do grupo (www.kweik.com.br).

O projeto da banda Velhos Livros surgiu em 2000, quando Ricardo Carrijo (vocal e guitarra) e José Miguel Guimarães (guitarra) se juntaram para tocar covers e compartilharam composições. Roberto Carrijo (baixo), músico experiente e integrante de outra banda, acreditou no trabalho dos garotos e se uniu ao novo projeto. O baterista Glauco Morgado entrou em 2007 e o quarteto ficou completo. A banda, genuinamente goiana, abraça a ideia de tocar rock com letras em português.

Filantropia musical intinerante

Publicado em 31 de março de 2011


Bandas ChimpanZés de Gaveta e In Vitro fazem tributo a Tim Maia, Jorge Ben e Neil Young na terceira noite do festival beneficente Rock Solidário

Os fãs da black music e do folk rock podem curtir hoje a música de Tim Maia, Jorge Ben e Neil Young na Taberna do Ogro. O tributo aos compositores brasileiros fica por conta dos ChimpanZés de Gaveta, enquanto que a homenagem ao músico americano está nas mãos da banda In Vitro. Além dos shows, a noite tem discotecagem dos Djs Fábio Ferrá e Pablo Kossa com sets que trazem o melhor da música brasileira, soul music e rock n' roll. Os ingressos custam R$ 3,00 mais dois quilos de alimento não perecível (exceto sal e fubá).

A quarta edição do Rock Solidário pretende superar todos os recordes de arrecadação de alimentos, apostando no formato de shows descentralizados, distribuídos por várias partes de Goiânia. São 14 dias de show em 14 lugares diferentes, com 63 atrações. Segundo a assessoria de imprensa do evento, a expectativa é arrecadar 14 toneladas de alimentos que serão distribuídos a entidades beneficentes. Até o dia 10 de abril, as lojas Boca de Porco e Ambiente Skate Shop, os bares Vai Tomá no Kuka, Julius Bar, Taberna do Ogro, República, Aro 16, Pau Brasil, Woodstock, a casa Metrópolis, além do Martim Cererê e do DCE da PUC, recebem mais de 60 bandas locais e vários DJs. A programação diversa pretende agradar a vários os públicos, do rock’n’roll e blues até o samba raiz e a black music.

ChimpanZés de Gaveta

Formada por estudantes de jornalismo e publicidade, a banda surgiu no segundo semestre de 2006 nos corredores da Faculdade Araguaia. Formada por músicos experientes, a proposta era criar a banda para tocar na feira de cultura da faculdade, mas ela acabou se estabelecendo na cena musical goianiense e dura até hoje. A influência musical começa no funk dos anos 1970, passa pela MPB, cumprimenta o samba e vai até o rock nacional dos anos 1980. Tudo isso misturado a outros estilos resulta em uma combinação peculiar que caracteriza o som da banda. Em 2008, os ChimpanZés de Gaveta venceram o Festival de Bandas Locais e, como prêmio, ganhou a gravação de três músicas e a produção de um videoclipe pelo Estúdio Keghraus do Rio de Janeiro.

In Vitro

Surgida em 2002 em Piracanjuba, a banda mescla folk, rock n' roll e letras poéticas à linguagem das harmonias tradicionais da música brasileira. Melodias fortes e arranjos cheios de distorção com mudanças improváveis de andamento fazem parte da musicalidade do In Vitro. As influências da banda são Neil Young, Tom Petty, Crosby Stills and Nash, Engenheiros do Hawaii entre outros. In Vitro já se apresentou em diversos festivais e eventos de Goiás, Minas Gerais e Brasília. O show de hoje prestigiará os fãs de Neil Young, com grandes clássicos do músico canadense como Heart of Gold, Old Man, Harvest Moon, After the Gold Rush, Cinnamon Girl entre outras.

SERVIÇO
Rock Solidário IV
Quando: Hoje, a partir das 21h
Onde: Taberna do Ogro – Rua T-70, nº 44, Setor Bueno (ao lado do Bretas do Goiânia Shopping)
Ingressos: R$ 3,00 mais 2kg de alimento não perecível (exceto sal e fubá)
Pontos de Venda: Hocus Pocus, Ambiente Skate Shop, Dimarks, Trupe do Açaí, Bar do Kuka, Woodstok e Boca de Porco
Informações: 8409-2626 / 9266-0621 (Danilo Gonçalves / Pedro HicCup)

PROGRAMAÇÃO
*31/03 - Taberna do Ogro
Chimpanzés de Gaveta (Tributo a Tim Maia e Jorge Ben)
In Vitro (Tributo Neil Young)
DJ Fábio Ferrá
DJ Pablo Kossa

*01/04 - República
Mortuário
Hellbenders
Coerência

*02/04 - DCE -PUC
Sopa de Pedra
Pedra do Sal
Copacabana
Rock`n bole

*03/04 - Aro 16
Spiritual Carnage
Hypnotica
Monster Bus

*04/04 - Pau Brasil
Em nome do Samba
DJ Don Calefi
DJ Fábio Ferrá

*05/04 - Woodstock
Anti Circus (Tributo a AC DC)
DJ Bebohorrível
DJ Julius Bar
DJ Danilo Tattoo Rock Fest

*06/04 - Julius Bar
Rising Cross
Zenha`s Rock Blues (Tributo a Creedence)
DJ Friederich Von Devon
DJ Marcão Woodstock

*07/04 - Bolshoi
Rollin Chamas
Lady Raposa
DJ Jabaah

*08/04 - Metrópolis
Rockfellers
Woolloongabbas
Bang Bang Babies
Dj Daniel de Mello

*09/04 - Martim Cererê
Palco 1
Macakongs 2099 (DF)
Mechanics
WCM
Fígado Killer
Trivoltz
Cicuta
In Vitro
Palco 2
Passarinhos do Cerrado
Esquina 4 + Maira Lemos
Fridão e Banda Rock
Cega machado
Carta Bomba (Tributo a Nação Zumbi)
Sr. Blan Chu + Milla Tuli
Sambaobá

*10/04 - Ambiente
Johnny Suxxx
Space Monkeys
Gloom
 

Letras & Livros 05

Publicado em 27 de março de 2011

“Cansei de ler que Cleópatra era muito feia, e ainda assim teve Júlio César e Marco Antônio e mais centenas de homens que quis. Mas claro que ser rainha devia facilitar um pouco as coisas.”

A escritora Claudia Taje também é redatora publicitária e, como tal, sabe que imagem é tudo, ou quase. Ciente desta máxima da propaganda, ela resolveu fazer um estudo fictício sobre “A vida sexual da mulher feia”, no qual o objeto sob o microscópio seria a narradora-personagem dando uma de Freud e analisando a si mesma. Se foi baseado em fatos reais, parece bastante provável. Se é autobiográfico... Bem melhor não nos atermos na aparência da escritora e nos concentrarmos no seu texto uma vez que a sua foto nem aparece no livro. E também para evitar constrangimentos futuros. Vai que a autora desta coluna um dia se encontre com a autora deste livro.

“A vida sexual da mulher feia” começa com uma breve apresentação da narradora personagem e descreve algumas situações cotidianas que pessoas cuja beleza física não é um dos atrativos principais enfrentam como, por exemplo, ouvir um dos colegas do escritório em voz supostamente baixa perguntar a outro: “entre a Ju e a morte, quem você escolhe?”. O estudo começa na infância cercada de eufemismos como a avó elogiando a meiguice de Jucianara (sim, este é o nome dela) e enaltecendo a beleza de outros netos. Ele então passa para a adolescência e suas descobertas até chegar ao breve histórico dos amores da mulher feia, na qual ela descreve suas desventuras hilárias com alguns homens.

Título: “A vida sexual da mulher feia”
Autor: Claudia Tajes
Editora: L&PM
Ano de lançamento: 2005
Preço médio: R$ 14,00



Bono Vox, líder e vocalista da banda irlandesa U2, fez a sua versão para a clássica ópera “Pedro e o Lobo” do russo Sergei Prokofiev, composta em 1936. O inusitado é que Bono largou o microfone e se dedicou aos pincéis e aos lápis, auxiliado por suas duas filhas, para esta releitura. O resultado é um livro, “Pedro e o lobo” com ilustrações de Bono Vox. Como não poderia deixar de faltar uma veia filantrópica em um ato de Bono, os fundos arrecadados com as vendas do livro vão para o Irish Hospice Foundation, uma instituição sem fins lucrativos que se dedica ao tratamento de pacientes terminais. “A ideia é ajudar esses pacientes a viver uma vida plenamente até o fim, em uma tentativa de ajuda-los a enfrentar a morte com dignidade, dando o cuidado e o apoio que ele e suas famílias precisam”, explica o texto do livro.

Este livro também tem um CD que traz uma releitura da ópera, cabeceada pelos músicos Gavin Friday e Maurice Seeze. Na ópera de Prokofiev, cada personagem é representado por um instrumento. Nesta versão, ao invés de quarteto de cordas, flautas, clarinetes e oboés originais, foram usados instrumentos como acordeão e banjo, misturados a outros típicos de uma orquestra.

A fábula conta a história de Pedro, um garoto quem mora com o avô em uma casa que possui um lago no jardim ao lado de uma floresta, onde vivem diversos animais como o pata o pássaro e a gata. Um dia, o lobo aparece no local e o menino o enfrenta e, num final mais ou menos ecologicamente correto, convence os caçadores a levar o bicho para o zoológico ao invés de mata-lo.

Título: “Pedro e o lobo”
Autor: Sergei Prokofiev e Bono Vox
Ilustrações: Bono Vox, Eve e Jordan
Editora: Conrad
Ano de lançamento: 2008
Preço médio: R$ 35,00



“Ela o amava, mas teve que mata-lo. Estava velho, cego, manco e mal conseguia usar a sua caixa de areia.”

Pronto. Você acabou de ler um dos cem nanocontos que Edson Rossatto escreveu para seu livro “Cem toques cravados”. A ideia de escrever contos tão pequenos surgiu porque Rossatto, formado em letras, editor de livros e roteirista de HQ, é incapaz de desenhar, mas queria fazer tirinhas como seus amigos quadrinistas. Apesar da inveja ser um pecado capital, foi este sentimento que levou o escritor a criar uma história bem curtinha, ao estilo das tiras de HQ, com o menor número de caracteres que conseguisse. Na primeira tentativa, fez um com 98. Ele mexeu um pouco para arredondar para cem e, desde então não consegue parar de escrever nanocontos com exatos cem caracteres. Ele escreve cerca de oito por dia e publica um nas redes sociais. Daí ele selecionou os cem melhores e os organizou por assuntos como cotidiano, crítica social, romance, humor negro e muito mais. Êta invejinha boa!

Título: “Cem toques cravados”
Autor: Edson Rossatto
Editora: Andross
Ano de lançamento: 2010
Preço médio: R$ 19,90

Nem os japoneses estão a salvo

Publicado em 25 de março de 2011

Atividade paranormal em Tóqui estreia hoje com sustos e mais do gênero

A franquia de sucesso “Atividade Paranormal” (“Paranormal activity”) atingiu o Japão no ano passado com “Atividade paranormal em Tóquio” (“Paranômaru akutibiti: Dai-2-shô - Tokyo Night” - 2010), quase ao mesmo tempo que “Atividade paranormal 2” (“Paranormal activity 2” - 2010) chegou aos cinemas americanos. No entanto, somente agora os abalos secundários que começaram na capital nipônica chegam ao cinemas brasileiros. “Atividade Paranormal em Tóquio”, já lançado em DVD na Inglaterra e nos Estados Unidos, entra em cartaz como um esquenta para o terceiro longa da franquia americana que tem estréia marcada para 21 de outubro deste ano, às vésperas do Halloween.




A produção japonesa, falada na língua local, é uma continuação direta dos eventos que marcaram o primeiro filme. A assombração vai para Tóquio depois que uma estudante japonesa de intercâmbio que visitou San Diego traz para dentro de sua casa como um suvenir diabólico o mal que aterrorizou Katie. O gatilho que apressou a volta da jovem ao Japão foi um acidente de carro nos Estados Unidos que a deixou presa a uma cadeira de rodas.

Assim que chega a Tóquio, coisas estranhas e inexplicáveis começam a acontecer. Persuadida por sua irmã, a estudante instala uma câmera de vídeo e tenta capturar os eventos em uma gravação. O que elas descobrem é que tudo que está acontecendo está além das explicações normais. Assim que a situação se intensifica, um terrível fato é revelado. Ou seja, nada de muito novo na trama, imagens com cara de documentário que pouco revelam da assombração e muitos efeitos sonoros para dar sustos e pular na cadeira. O que você esperava? É uma franquia, ora, bolas!

Imaginação sem limites

Publicado em 25 de março de 2011

O site do filme “Sucker Punch – Mundo surreal” (“Sucker Punch” - 2011) pede apenas que você feche os olhos e abra a sua mente para entrar nesta fantasia épica de ação patrocinada pela imaginação fértil de Baby Doll, uma garota trancafiada em um instituição para doentes mentais. Determinada a lutar por sua liberdade, ela convence quatro outras garotas a se unir a ela e tentar escapar de seus destinos terríveis que estão nas mãos de seus captores. Lideradas por Baby Doll, elas lutam contra tudo, desde samurais a serpentes e tendo a sua disposição um arsenal virtual. Juntas elas têm que decidir o que sacrificar para continuar vivas. Orientadas pelo Homem Sábio, sua jornada as libertará se forem bem sucedidas.




Zack Snyder, diretor de “Watchman – O filme (“Watchman” - 2009)” e “300” (2006), dirigiu “Sucker Punch” a partir do roteiro que ele escreveu com Steve Shibuya. Atrás das cenas, profissionais que trabalharam em “Avatar” (2009), “Watchman” e “300” garantem um visual de encher os olhos e surpreender com uma aventura que quebra os limites entre o que seria real e o que seria imaginário para Baby Doll.

Segundo o site Internet Movie Database, a produção demorou cinco anos para ficar pronta. O interessante é que o número cinco aparece várias vezes no filme: 1950, cinco garotas e cinco itens a serem encontrados. Outra curiosidade é que o filme foi filmado normalmente e a Warner Bros gostaria que de convertê-lo para 3D, como já havia feito em outros filmes. O Diretor Zack Snyder vetou a ideia.

Remédio miraculoso

Publicado em 25 de março de 2011

O ator Bradley Cooper, o gato meio narigudo do “Se beber, não case!” (“The hangover” - 2009) deixou para trás o papel de galã de comédias românticas para saber como se sairia em um personagem de ação. É dele o papel principal de “Sem limites” (“Limitless” - 2011), em cartaz a partir de hoje nas salas de projeção. Se tudo der certo, este filme fará por Cooper o que “A identidade Bourne” (“A identidade Bourne” - 2006) fez por Matt Damon, despindo-o da aura de namoradinho da América e vestindo nele a armadura de herói de ação.




A história de “Sem limites” se concentra no personagem de Cooper, um escritor medíocre que leva um fora da namorada. Sem perspectivas, ele, influenciado por um amigo, começa a tomar uma droga experimental que promete aumentar a concentração para terminar o livro, mas acaba lhe conferindo habilidades sobre-humanas, pois ele passa a usar 100% da capacidade do cérebro. Com uma pílula por dia, ele passa a não ter limites. Seu apetite cultural aumenta, termina seu livro em quatro dias e a matemática se torna útil. Esta última habilidade o impele para o mundo das finanças, onde ele encontra Robert De Niro que passa a ser seu mentor.

Quando sua ascensão meteórica parece não ter fim, ele tenta se livrar do personagem de De Niro, mas este não está a fim de deixar a galinha dos ovos de ouro escapar. Para piorar o quadro, os efeitos colaterais da supermedicação começam a aparecer e o escritor começa a perder sua memória recente.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Cinema espírita

Publicado em 25 de março de 2011

“As mães de Chico Xavier” tem pré-estréia para membros da imprensa e convidados. Panfletário, o filme levanta a bandeira contra o aborto provocado

Com estréia nacional marcada para sexta-feira da semana que vem, avants-premières do filme “As mães de Chico Xavier” (2011) para a membros da imprensa e convidados pipocam por todo o país. A vez de Goiânia foi nesta semana e a pré-estréia no Cinemark do Flamboyant Shopping Center contou com a presença do ator Nelson Xavier, que pela segunda vez encarna o médium Chico Xavier, acompanhado pelo ator Joelson Medeiros, o produtor Luís Eduardo Girão e o diretor Glauber Filho. Membros da Federação Espírita de Goiás, representantes do Grupo Arte Nascente (Gan) e do Núcleo Audiovisual Espírita (Nave), que promove o 1º Festival de Cinema Transcendental que acontece neste fim de semana em Brasília, também estavam lá.

Para animar a entrada dos convidados no cinema, três artistas do Gan tocavam e cantavam músicas com temática gospel. Pequeninos embaixo da grande tela branca, eles arranhavam um violão elétrico amplificado por uma caixa de som meio velha que chiava muito e estalava de vez em quando. O microfone foi passado à mestre de cerimônias que discorreu um pouco sobre o filme e sobre o cinema transcendental, um gênero cinematográfico que tem como tema o espiritismo. Nelson Xavier tomou a palavra e disse que esta era a segunda vez que ele vinha a Goiânia. A primeira foi para as gravações do filme “Césio-137- O Pesadelo de Goiânia” (1990). Joelson Medeiros falou um pouco e Glauber Filho agradeceu a Chico Xavier pela confiança ao permitir que ele fizesse o filme. O produtor Luís Girão se alongou um pouco mais, afirmando que o longa nas, exibições teste, “agradou a todo mundo porque não levanta bandeira e é includente”.

Infelizmente, o produtor não tem razão ao dizer que a película não é panfletária. A bandeira contra o aborto é balançada mais de uma vez durante todo o filme e, para ser mais enfático, a seguinte frase pode ser lida antes dos créditos finais: “este filme é dedicado a todas as crianças vítimas de aborto provocado”. Note que o termo usado foi “crianças” e não “fetos”. A imagem da mãe abnegada, amorosa e totalmente dedicada aos filhos também é bastante exaltada durante toda a projeção. Quando a personagem da atriz Tainá Müller, vítima de uma gravidez indesejada, ouve da médica que não é normal se sentir despreparada para ser mãe, dá para saber que o modelo de maternidade retratado ali não reflete a realidade e faz com que muitas mulheres se sintam inadequadas quando o assunto é criar filhos.

Como o próprio título diz, o foco do roteiro são as mães. O carismático Chico Xavier, mais velho e mais feliz, não aparece tanto. O que é uma pena pois, sempre que o ator Nelson Xavier está em cena, a platéia relaxa e até ri. O resto do longa é arrastado e lento. As interpretações são boas e chegam a emocionar, mas nada digno de um Oscar. Se você não é partidário ou simpatizante da doutrina espírita e quer prestigiar o cinema nacional, melhor pagar o ingresso para ver “Bruna Surfistinha” (2011).

Financiamento colaborativo

Publicado em 22 de março de 2011

Nova forma de arrecadar fundos usa a internet como ferramenta de doações para viabilizar projetos que, muitas vezes, nada têm a ver com caridade e oferece, em troca, recompensas exclusivas

“Funciona assim: você envia seu projeto, diz quanto precisa e até quando quer arrecadar este dinheiro. Aí você divulga o projeto e as pessoas podem optar por apoiar com qualquer valor a partir de R$ 10 e receber recompensas por isto! Se até o prazo escolhido você tiver atingido o valor que precisa, você recebe o dinheiro. Senão, todo mundo recebe o dinheiro de volta. Simples assim.” Esta é a descrição do funcionamento do site Catarse.me que serve de ponte entre quem quer realizar um projeto, mas precisa de dinheiro, e quem quer colaborar com ele.

Este tipo de arrecadação é conhecida como crowd funfing ou financiamento colaborativo. Muito comum em causas filantrópicas, como a arrecadação de dinheiro ajudar pessoas vítimas de desastres naturais, o crowd funding chegou à internet como uma forma de financiar projetos particulares que, muitas vezes, não têm nada a ver com caridade, como a criação de programas de computador livres, e podem até servir de capital inicial para começar pequenos negócios.

O site Cartase não faz a intermediação para a criação de empresas, mas dá apoio a projetos que considera criativos e que tenham recompensas interessantes. Os seus criadores explicam que, se algum empresário quiser reformar sua loja ou lançar um produto, o Catarse é o lugar certo para conseguir o dinheiro, desde que as recompensas oferecidas em contrapartida sejam criativas. Lá também é ideal para quem procura financiamento para, por exemplo, desenhar uma nova coleção de roupas, já para lançar uma nova marca, é melhor procurar outro lugar.

Qualquer um pode se inscrever no Catarse, mas o projeto, antes de ir ao ar, passa pelo crivo do organizadores. “Nossa intenção é divulgar somente projetos bacanas e que estejam prontos para ir ao público pedir apoio financeiro”, é explicado no site. O foco deles são os projetos artísticos como em artes plásticas, circo, dança, audiovisual, fotografia, música, teatro, história em quadrinho, mas eles também aceitam aqueles que se enquadram em outras áreas como alimentação, design, moda, tecnologia, jogos e vários outros, desde que, aí eles batem na mesma tecla, sejam criativos.

Quem quiser ter seu projeto divulgado pelo site deve se inscrever lá, descrever sua ideia, falar quanto precisa financiar sua empreitada e dizer qual será o período de arrecadação que não pode passar de 90 dias. Qualquer pessoa pode doar o quanto quiser a partir de R$ 10,00 e recebe, em troca, uma recompensa que pode variar de acordo com o valor da doação. Se o projeto arrecadar a quantia pretendida ou mais dentro do prazo estipulado, o seu criador recebe o financiamento, descontado os 5% do Catarse e mais a taxa que varia de 6% a 7% do MoIP (gerenciador dos pagamentos). Se o valor não for atingido, todas as doações são devolvidas aos colaboradores e o usuário não paga nada por isso.

Inspirado no bem-sucedido site americano Kickstarter, o Catarse foi criado por dois estudantes de administração de empresas Diego Reeberg de 23 anos e Luís Ribeiro de 20. Em um mês de funcionamento, o site arrecadou R$ 14,5 mil para nove projetos. "O sistema é interessante para empreendedores, porque pode testar a aceitação da sua ideia no mercado e ainda conquistar fãs do produto, antes de ele ser lançado no mercado", disse Luís em entrevista ao jornal Estado de São Paulo. Até o fim do ano, o site pretende apoiar 600 projetos.

Networking

Networking é uma palavra em inglês que se refere aos contatos feitos e pessoas que conhecemos que podem nos ajudar profissionalmente. Isto quer dizer que, quanto maior for a rede de contatos (networking) de uma pessoa, maior será a possibilidade desta pessoa conseguir atingir seus objetivos profissionais. Para se conseguir um bom crowdfunding, o networking é fundamental. Luís Ribeiro é enfático ao dizer no blog do Grupo Brasileiro de Crowdfunding (www. crowdfundingbr.com.br) que, antes de começar uma campanha de arrecadação no site, é preciso que o criador planeje como mobilizar sua rede, chamando a atenção de amigos, familiares e ainda como atrair pessoas não conhecidas para apoiarem a causa.

Saber usar o Facebook e o Twitter é super-importante. Procurar a mídia convencional também gera uma divulgação extra que pode garantir mais doações. Ele explica que, com o aumento do número de projetos no Catarse, mais do que expor, é preciso chamar a atenção para o seu projeto e garantir que mais pessoas acessem e contribuam para ele. “Se você quer conseguir a grana necessária para realizar o projeto da sua vida, não seja apenas um coadjuvante no processo, tome a frente, lidere e faça o seu projeto acontecer”, completa Luís.

Rabiskaria

O designer goiano Carlos Filho conseguiu arrecadar pelo Catarse R$ 23.035 para seu projeto em 45 dias, sendo que o objetivo inicial era de R$ 22.500. Segundo Carlos, este foi o primeiro projeto de crowdfunding que não é voltado à filantropia a atingir o montante pretendido no Brasil. O designer pesquisou por algum tempo sobre esta forma de financiamento e até tentou se inscrever no Kickstarter, mas, devido a problemas burocráticos, não conseguiu. Pela internet, ele fez contato com vários brasileiros que se interessavam pelo crowdfunding e, no fim do ano passado, um dos criadores do Catarse, Diego, entrou em contato com Carlos e pediu que lhe enviasse o seu projeto.

O projeto de Carlos passou pela curadoria do Catarse e ficou no ar por 45 dias. Ele conta que escolheu um tempo menor de exposição porque, segundo sua pesquisa, é na reta final que os projetos costumam arrecadar mais. Foram nos últimos quatro dias que o projeto de Carlos arrecadou 85% do valor total. A idéia que Carlos teve foi a de criar o Rabiskaria, uma empresa que serve de base para artistas, designers e amantes da arte que querem customizar produtos e não têm como produzi-los e distribui-los. Os suportes são os mais variados e inusitados e vão desde copos a sandálias Crocs e sofás. O que a empresa produz será vendido na loja on line e nos estandes montados em feiras e eventos culturais e o artista recebe royalties sobre a venda.

O dinheiro arrecadado será usado para produzir os primeiros produtos customizados por artistas convidados e para o lançamento do site. Como recompensa pela doação, os colaboradores terão seus nomes divulgados no site e diversos brindes que vão de adesivos a copos personalizados, copos pintados a mão, camisetas customizadas e uma ligação do Carlos Filho para agradecer. Para os doadores mais generosos, pinturas em tela exclusivas levadas por Mateus Dutra, co-criador do Rabiskaria.

Letras & Livros 04

127 Horas – Uma empolgante historia de sobrevivencia


Primeiro veio o livro, em 2005, e depois o filme, em 2010. Isto, nos Estados Unidos. Nas principais capitais do Brasil, o lançamento da história de Aron Ralston nestes dois formatos acontece quase ao mesmo tempo, mas primeiro, a película, para garantir uma platéia, e só depois, a publicação, para angariar alguns leitores. Em Goiânia, o filme ainda não chegou às salas de projeção e, mesmo depois de ser indicado a a seis Oscars, inclusive de melhor filme, não há previsão de estréia na capital goiana. Porém, o livro“127 horas – Uma empolgante historia de sobrevivência” já está em cartaz nas livrarias. A publicação faz um relato engraçado e honesto do montanhista Ralston que passou cinco dias e sete horas com o braço direito preso por uma pedra em uma fenda do Parque Nacional de Canyonlands, em Utah, nos Estados Unidos.

Com pouca água e comida e sem jaqueta para enfrentar as noites geladas, o aventureiro, que não havia avisado ninguém sobre sua aventura nos “canyons”, usa sua câmera de video para gravar mensagens de despedida para sua família e seus amigos, agradecendo sua vida, na esperança que alguém achasse a fita com as imagens de seus últimos dias de vida. Cansado de esperar, Ralston entende, na manhã do quinto dia, que sua salvação só depende dele e, em um ato extremo, ele consegue se soltar da rocha. Apesar de a descrição da amputação do braço do montanhistas ser bastante detalhada no livro, os leitores mais sensíveis, após ler esta passagem, certamente não precisarão ser levados ao hospital como aconteceu com alguns espectadores que assistiram esta cena no filme.

Para os bilíngues, a versão original em inglês publicada pela Pocket Books USA pode ser adquirida no site da Saraiva por 25,12 (frete para Goiânia incluso).

“127 Horas – Uma empolgante historia de sobrevivência”
Autor: Aron Ralston
Editora: Seoman
Ano de lançamento: 2011
Preço médio: R$ 39,90

Noite das lágrimas em África

“Tudo não passava de pensamentos limitados, pensamentos dos pobres, dos analfabetos como eu. Que se transformava, em cada noite, em lágrimas, medo de não viver o amanhã.”


O professor de inglês e artes e escritor Marcelo Aratum aproveita o Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial (21 de março) para lançar seu livro “Noite das lágrimas em África” no Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro. Nascido em Bissau, na Guiné-Bissau, em 1974, Aratum veio para a capital de Goiás há nove anos, quando ganhou uma bolsa de estudos. Aqui, ele se graduou em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), em 2005, e fez pós-graduação em Docência pela mesma instituição, em 2007. Durante sua infância na África, o escritor nunca deixou de se preocupar com os estudos, apesar de ter que abandoná-los por alguns anos para poder apoiar a mãe na construção de sua casa entre 1988 e 1989 e só conseguir retornar a eles em 1991. Sete anos mais tarde, teve que interromper novamente sua educação quando explodiu o conflito político-militar, em junho de 1998, que tirou a vida de sua mãe.

A história de Aratum se confunde com a do livro que ele escreveu. Baseado nas lembranças que o autor tem da sua terra natal, o romance é narrado em primeira pessoa pela fictícia, a Nhá Dona Badjudessa, negra, pobre e analfabeta. Apesar de não ter tido uma educação formal, Badjudessa é consciente da dominação que sofre, pelo marido alcoólatra que ela abandona logo no primeiro capítulo. A religião é outra forma de dominação que a protagonista da qual a protagonista tenta se esquivar. O governo e a influência estrangeiras também oprime Badjessa no livro e que oprimiu Aratum nos anos que viveu na África.

Lançamento do livro e leitura dramática com Otoniel dos Reis & Convidados
Quando:
Amanhã, a partir das 19h
Onde: Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro - Rua 03, esquina com Rua 09, nº 1016, Galeria Ouro, Centro
Informações: 3524-2541

“Noite das lágrimas em África”
Autor: Marcelo Aratum
Editora: Kelps
Ano de lançamento: 2010
Preço de lançamento: R$ 40,00
Vendas e informações: 8115-4377 / noitedaslagrimasemafrica@yahoo.com.br

segunda-feira, 21 de março de 2011

Gordura ou gostosura?

Publicado em 20 de março de 2011

Novo índice para medir obesidade usa o tamanho do quadril ou invés do peso para definir se a pessoa é obesa. Segundo o parâmetro proposto, mulheres de quadris fartos deixam de ser boazudas e passam a ser gordas


Já dizia Shakira em sua canção “Hips don't lie”, lançada em 2006, que os quadris não mentem. Em sua música, a cantora colombiana estava falando sobre como as cadeiras podem ser eloquentes no que diz respeito à sensualidade. Aqui no Brasil, a metade masculina da população concorda com Shakira: o quadril feminino é muito sexy e, para a maioria esmagadora deles, quanto maior o popozão, melhor. Já grande parte da mulherada brasileira também acha que o quadril e o bumbum são grandes atrativos do sexo oposto, mas em um tamanho moderado.

Em uma pesquisa publicada no mês de março da revista médica Obesity, uma equipe de pesquisadores liderada pelo fisiologista americano Richard Bergman constatou que, quando o assunto é obesidade, Shakira tinha razão ao dizer que os quadris não mentem. Além disso, ele está com a ala feminina brasileira ao afirmar que nem sempre mais é melhor.

O que Bergman propõe é um novo método para apontar quem está acima ou abaixo do peso ideal que utiliza a estatura e tamanho do quadril. De acordo com seu Índice de Adiposidade Corporal (IAC), quanto maior a circunferência dos quadris, maior a chance do indivíduo estar acima do peso. O novo índice quer substituir o antigo Índice de Massa Corporal (IMC) que mede a obesidade de acordo com a estatura e o peso do indivíduo e vem sendo usado até hoje pela classe médica e por profissionais de saúde há mais de dois séculos. (Veja como calcular o IAC e o IMC em http://www.dmdigital.com.br/index.php?edicao=8534&contpag=1)

O pesquisador afirma que a circunferência do quadril é uma medida indireta para inferir a quantidade total de gordura no corpo. Ele voltou seus olhos para os quadris após submeter dois mil voluntários afrodescendentes e cidadãos de origem mexicana americanos a exames de avaliação da composição corporal, usando feixes de raio-x para determinar a porcentagem de ossos, músculos e gordura. Para ele, um homem de 1,75m de altura seria saudável se tivesse um quadril de até 100cm. Já uma mulher de 1,70 poderia ter uma anca de até 111cm de circunferência.

Já é sabido pela comunidade médica que o lugar onde a gordura se acumula faz com que ela seja mais ou menos perigosa para a saúde e para o coração. Os pesquisadores ainda não sabem explicar porque a localização aumenta ou diminui o risco de doenças cardiovasculares. A mais perigosa é a gordura visceral, a famosa barriga de chopp. Já a que se acumula nos culotes, o terror estético das mulheres, é a menos perigosa. O IAC vem sendo criticado justamente por concentrar suas medidas na região que oferece menor perigo à saúde. Porém, Bergman explicou à revista Época desta semana que a sua “preocupação foi criar um bom parâmetro para estimar a totalidade da gordura corporal” e não determinar a propensão a doenças típicas da obesidade.

Gorda, eu?!

Aqui no país das popuzudas, onde o culto à bunda gera celebridades que tem esta parte do corpo natural ou cirurgicamente avantajadas, o IAC pode fazer que mulheres extremamente bundudas deixem de ser vistas como gostosas e passem a ser consideradas gordas. Aliás, este pensamento já existe, mas sempre foi reprimido pela ditadura do bumbum. Segundo o portal Globo.com, o escritor de novelas Aguinaldo Silva chamou a Mulher Melancia, ex-musa do Créu e menos conhecida como Andressa Soares, de gordinha e muito mais depois que os dois se encontraram nos bastidores das gravações do “Casseta & Planeta” em 2008.

"Gente, que coisa mais pobre e constrangedora é aquela?”, escreveu ele, “tudo o que se tem ali é uma moça gordinha, a um passo de se tornar obesa! E aquele jeito dela de ficar sempre de costas, a mostrar o traseirão pra câmera... Meu Deus, se aquilo é ser sensual, então não resta outro caminho às mulheres todas senão entrar num convento e virar freiras!". Segundo o IAC, o escritor estava errado, pois a Mulher Melancia já seria obesa e precisaria urgentemente passar a comer somente frutas para emagrecer. Com 1,72m de altura e 120cm de quadril, seu IAC é de 35,15%. De acordo com índice antigo que ignora a grande camada de gordura que recheia o quadril da moçoila e salta aos olhos de quem a observa, ela está dentro do peso normal com 68kg e IMC de 22,98. Os quadris, neste caso, não mentem mesmo.

Um outro problema do IMC é considerar pessoas musculosas obesas. Segundo o personal trainer e líder da equipe de musculação da academia Athletics de Goiânia, Thiago Luiz Leal Borges, a grande crítica ao velho índice se baseia no fato de que a fórmula considera apenas a massa corporal total e a estatura. Isso não seria capaz de considerar o componente de massa muscular por exemplo, sendo muito comum a classificação de homens musculosos como pessoas com sobrepeso ou até obesos. O lutador de vale-tudo Vitor Belfort é classificado como obeso pelo IMC, apesar do fato de ser difícil achar alguma gordurinha no meio de tanto músculo. Com 1,84m e pesando 98kg, seu IMC é de 28. Se levar-se em conta o tamanho do seu quadril (98cm), seu IAC de 20% o classifica como pessoa com uma porcentagem de gordura corporal normal.

A importância de se discutir qual o melhor índice a ser usado para se determinar se uma pessoa está obesa ou não é que estes parâmetros são largamente usados pelos profissionais de saúde para orientar quais medidas tomar para melhorar a vida dos obesos. A cirurgia bariátrica, aquela que reduz o estômago em casos de obesidade mórbida, por exemplo, só pode ser feita no Brasil se o paciente, homem ou mulher, estiver com um IMC acima de 40 ou com doenças típicas da obesidade e IMC acima de 35. O IAC, neste caso, seria mais preciso, uma vez que leva as diferenças orgânicas entre homens e mulheres e diferencia a massa muscular da massa de gordura e ossos.

Thiago Luiz afirma que, por ser uma pesquisa recente, o IAC, para ser melhor aplicado, deve ser mais estudado, inclusive em outras etnias, como a das brasileiras que tem o quadril largo, além dos afrodescendente e os cidadãos de origem mexicana americanos do estudo preliminar. O certo é que, se o IAC for mais usado no futuro, nosso conceito de beleza pode mudar. As mulheres brasileiras, não querendo ser chamadas de obesas, certamente vão querer um quadril menor e os homens vão ter que se acostumar com isso. A Mulher Melancia, por exemplo, fez uma lipoaspiração na região do bumbum em 2009, depois que Aguinaldo Silva a chamou de gorda no ano anterior.

sábado, 19 de março de 2011

Nenhum de Nós dá as boas vindas aos calouros da UFG

Publicado em 19 de março de 2011

Grupo gaúcho apresenta hoje parte da turnê do novo álbum intitulado Contos de água e fogo.

Hoje, a partir das 21 horas, a recepção aos novos alunos da Universidade Federal de Goiás (UFG) é encerrada com dois shows. A primeira apresentação da noite é do grupo goiano Em Nome do Samba que reúne o mais tradicional do ritmo que nomeia a banda, tocando de Noel Rosa a Chico Buarque. Logo em seguida, sobe ao palco a atração principal do evento, os gaúchos do Nenhum de Nós, que vêm pela primeira vez a Goiânia. O show faz parte da turnê de divulgação do novo álbum intitulado Contos de água e fogo, lançado pelo selo Ímã Records e distribuído pela Radar. As próximas paradas da banda são Rio de Janeiro e São Paulo.

Comemorando 20 anos de estrada, Nenhum de Nós se apresenta no Centro de Cultura Professor Ricardo Freua Bufáiçal - Campus II

O disco segue o estilo pop rock que costuma pipocar nas Fms e que a banda toca há vinte anos. O 14º álbum da banda traz músicas inéditas, algo que não era feito desde 2005. A sonoridade do Nenhum de Nós se mistura ao rock inglês contemporâneo e ao folk americano com pitadas da música moderna mexicana. O novo single Último beijo foi lançado no início de 2011.

No show de encerramento da Caloura, além das novas músicas, a banda inclui no seu repertório canções que marcaram as duas décadas de existência do Nenhum de Nós. Astronauta de mármore, uma versão da música Starman que David Bowie lançou quando usava o pseudônimo de Ziggy Stardust em 1972 e que foi regravada pelos gaúchos em 1989, tem lugar cativo no set list da banda, assim como o sucesso radiofônico Camila Camila. A mais recente Você vai lembrar de mim, que também foi gravada por Milton Guedes, é tocada no show. Segundo informações do Diretório Central dos Estudantes (DCE) que promove o evento, a espectativa é de um público de quatro mil pessoas.

Calourada Unificada DCE-UFG - Shows com as bandas Nenhum de Nós e Em Nome do Samba
Quando: Hoje, a partir das 21h
Onde: Centro de Cultura Professor Ricardo Freua Bufáiçal – Campus II (Samambaia), Setor Itatiaia
Ingressos: R$ 20,00 (inteiro antecipado) / R$ 10,00 (meio antecipado) / R$ 30,00 (inteiro na bilheteria) / R$ 15,00 (meio na bilheteria) – estudantes, professores de todas as redes e servidores da UFG têm direito à meia-entrada
Ponto de venda: Kbeça Bar (Rua 10, Centro), Bar da Tia (Praça Universitária), Restaurante Gurupi (Setor Itatiaia) e Sede do DCE- UFG (Campus II)

Pede para sair, alien!

Publicado em 18 de março de 2011

Aaron Eckhart e mais onze atores enfrentaram um duro treinamento militar para viver um grupamento da marinha americana que luta em uma invasão alienígena


O ator americano Aaron Eckhart que interpretou o vilão Duas-Caras em “Batman – O cavaleiro das trevas” (“The Dark Knight” - 2008) trocou sua moeda por um fuzil para viver um sargento da Marinha americana que se envolve em uma batalha com alienígenas. Apesar das críticas negativas dos especialistas e dos comentários que dizem que o filme não é bom nas redes sociais, “Invasão do mundo: Batalha de Los Angeles” (“World invasion: Batle Los Angeles” - 2011) arrecadou US$ 36 milhões na semana de estréia nos Estados Unidos.

Para encarnar os fuzileiros navais que enfrentam os invasores de forma convincente, Eckhart e mais onze atores passaram por um duro treinamento militar. Em entrevista ao site Omelete, o ator afirma que os treinos foram bastante pesados e que alguns não aguentaram e até choraram. Segundo ele, o grupamento fazia tudo junto: treinavam, dormiam, comiam e tomavam bano juntos. Também não havia discriminação e era tudo igual para todo mundo. A fim de honrar a Marinha americana, os atores mostraram que eram durões na tela, apesar de choramingar de vez em quando fora dela.

O realismo também contribuiu para uma interpretação mais convincente. Eckhart conta que a produção fechou muitas ruas e estradas de Louisiana para filmar. Além disso, bombas explodindo e helicópteros caindo de verdade são excelentes para fazer que um ator pare de fingir que tem medo e comece a realmente senti-lo. O ator conta que, em um dia de filmagem, eles chegaram a disparar 20 mil balas. “Foi um dos dias mais divertidos da minha vida. Parecia que tínhamos munição ilimitada”, se delicia ele.

Assassinato por encomenda

Publicado em 18 de março de 2011

Em “Assassino a preço fixo” (“The mechanic” - 2011), o ator Jason Statham vive um assassino de elite metódico e talentoso. Não podemos dizer que ele vivia feliz assim, mas parece que ele estava bem consigo mesmo até o dia em que recebe a missão de matar seu melhor amigo, encarnado por Donald Shutherland, acusado do vazar informações sigilosas que levaram à morte cinco agentes. Assim que cumpre a missão, Arthur (nome do personagem de Statham) reencontra Steve (Ben Foster), o filho de seu amigo morto, sedento por vingança. Athur começa a treinar Steve para se tornar um assassino como ele e os dois trabalham juntos sem que o jovem saiba que o experiente matador é responsável pela morte de seu pai.

Esta versão é uma refilmagem de um filme homônimo estrelado por Charles Bronson e que estreiou em 1972, quando Jason Statham tinha pouco mais de dois meses de vida. Como qualquer remake, as comparações são inevitáveis. O comentário que mais rola na internet é que o filme de 2011 demora a engrenar, mas que, depois, parece que vai bem. No trailer, dá para ver que é daqueles filmes de ação cheio de lutas coreografadas, tiros certeiros e escapadas miraculosas (para não dizer mentirosas).

Mentiras, conspirações e armas de destruição em massa

Publicado em 18 de março de 2011

Chega às telonas brasileiras mais um filme sobre politicagem, mentira institucionalizada e teorias de conspiração americana. “Jogo de poder” (“Fair game” - 2010) mostra a história de uma agente da CIA, interpretada por Naomi Watts, que pode ter sua identidade secreta revelada depois que seu marido, um diplomata interpretado por Sean Penn, publica um editorial para o New York Times alegando que a administração de George Bush manipulou informações sobre a existência de armas de destruição em massa para justificar a invasão no Iraque.

A película se destina ao público americano e desnuda a hipocrisia política dos Estados Unidos que, ao contrário da nossa brasileira, é sempre velada, mas, como a nossa, denigre a imagem dos servidores públicos que preferem atender aos seus próprios interesses do que servir ao bem público. Quem não acompanha a história americana pode ficar meio perdido na trama.

Porém, você pode se interessar mais pelo filme se souber que as acusações de o governo Bush manipular informações (para não dizer mentir descaradamente) são reais. Outro atrativo é a interpretação de Naomi Watts no papel principal em uma química perfeita com Sean Penn.

As críticas na internet de pessoas que assistiram o filme afirmam que o o longa é meio chatinho, mas que o fato dele ser baseado em fatos reais faz com que seja impreioso assistí-lo. Um canadense se empolga e diz no site Internet Movie Database (IMDB) que a película deveria ser exibida em escolas pelos próximos 100 anos. São dele essas palavras: “aqueles que esquecem a história estão condenados a repeti-la, portanto, divulgue este lembrete de 108 minutos sobre um dos maiores erros dos Estados Unidos”.

Animais unidos trazem mensagem ecológica

Publicado em 18 de março de 2011

Um grupo de animais, que espera a enxente anual para aliviar a estiagem com sua falta de alimentos e água, descobrem que os humanos, que tem detruído seu habitat de forma sistemática, construíram uma represa para viabilisar um resort de férias. Os bichos então se unem para salvar o delta do rio e ordenar que as pessoas parem de inferterir com a natureza. Eis aqui a trama, já muito batida, de “Animais unidos jamais serão vencidos” (“Konferenz der Tiere” - 2010), lançado em 3D.

O filme foi feito na Alemanha e o foco é o público infantil. Para garantir isso, a produção se espelha em tudo que fez sucesso em termos de animação nos últimos tempos, desde “A era do gelo” (Ice age” - 2002), passado por Madagascar (2005) até chegar a “Horton e o mundos dos Quem!” (“Horton hears a Who!” - 2008). “Não invente muito” deve ter sido a orientação dada pelos produtores à equipe artística.

Mas se a película carece de criatividade e independência, seus personagens, ainda assim, são carismáticos. A animação, apesar de não estar no nível de uma superprodução da Pixar, é boa assim como os efeitos em três dimensões . Os papais e mamães podem se entediar em algumas partes, pois a moral da história é declamada na forma de grandes sermões feitos pelo mais sábio e mais velho animal do planeta.

As crianças também aprendem que o que os pais fazem para sobreviver pode ser muito ruim para a natureza e a faz sofrer. Esta mensagem é entregue aos espectadores sem sutilizas, de um modo que o ativista ecológico e político americano Al Gore iria adorar.

Mas não se preocupe se você se vir obrigado a levar a pirralhada ao cinema para assistir este filme. O longa certamente irá deixar as crianças felizes e lhe entreter também.

Música que não acaba mais

Publicado em 17 de março de 2011


Canto de Ouro segue sua programação apresentando seu nono elenco. Atualmente, este é o maior festival dedicado à MPB em Goiânia com 13 semanas de shows

O projeto Goiânia Canto de Ouro segue a todo vapor e apresenta hoje, amanhã e sábado o seu nono elenco. No palco, os cantores Beto Cupertino, Cristiane Perné, Diego de Moraes e Horton Macedo se juntam à banda formada por Guilherme Santana, Nonato Mendes, Front Jr., Sérgio Pato e Henrique Reis. Domingo é dia de um elenco extra, formado por algumas das bandas e artistas que participaram do CD Radiografia que reuniu jovens expoentes da MPB produzida em Goiás.

Os músicos do nono elenco possui uma proposta de MPB renovada e interpretam canções consagradas da música popular brasileira juntamente com algumas experiências que extrapolam alguns limites da MPB. Beto Cupertino é oriundo do meio rock 'n roll, enquanto Diego de Moraes é um sujeito que não tem medo de ousar e agrada tanto ao público como à crítica. Já Cristiane Perné, com sua voz imponente viaja por inúmeras linguagens e Horton Macedo fez casa no jazz e na MPB tradicional.

A quarta edição do Goiânia Canto de Ouro segue até o dia 17 de abril, quando encerra suas 13 semanas de shows que envolvem 65 instrumentistas e 68 cantores em 58 apresentações diferenciadas. Além dos shows, sete oficinas musicais estão sendo ministradas aos domingos. Desde sua primeira edição, o projeto tem como objetivo aproveitar a diversidade cultural dos artistas goianos e oferecer atrações de qualidade ao público da capital.

Beto Cupertino

Este músico é mais conhecido como vocalista, guitarrista e compositor/letrista da banda Violins que nasceu em 2001 com o nome de Violins and old books. A história de Beto Cupertino se confunde com esta banda, na qual fez música com uma preocupação não apenas melódica, mas também lírica. O Violins, que já lançou cinco albuns, começou sua trajetória cantando em inglês e, mais tarde, em português.
Fora da banda, Beto alçou novos voos e os resultados podem ser conferidos neste show, no qual o cantor interpreta músicas de seu projeto solo não lançadas na discografia do Violins.

Cristiane Perné

Cantora e compositora, Cristiane Perné é uma genuína artista de bar em bar. Talentosa, ela conquista o público com sua bela voz e sua imensa simpatia. Seu primeiro CD, “Onde”, foi lançado em 2007, aponta uma tendência aos suingado dos ritmos brasileiros, fazendo uma mistura de muitos estilos com a musicalidade local. As dez faixas do álbum funcionam como uma síntese dos mais de 20 anos de carreira da artista.
O jeito blues e jazz de cantar sonvive em “Onde” com a batida eletrônica, o baião, o maracatu e até a catira. Segundo a cantora, o título do seu CD de estreia diz repeito aos caminhos diferentes que trilha em sua interpretação. Multitalentosa, Cristiane trabalha também com cinema, teatro e flerta com as artes plásticas. Ela, por exemplo, é responsável pela trilha sonora da peça “O alienista” da Cia Nu Escuro.

Diego de Moraes

Uma das grandes sensações da música goiana dos últimos tempos, Diego de Moraes iniciou sua carreira tocando pandeiro meia lua em uma igreja de Senador Canedo quando tinha mais ou menos 13 anos. Em 2001, começou a tocar bateria e participou de diversas bandas locais. No ano seguinte, Diego, que também é professor de história, começou a compor e a participar de eventos nos quais cantava e tocava violão. Ao inscrever sua música Todo dia no Festival Sesi de Violeiros e MPB, ele abocanhou o terceiro lugar. A partir daí, muitos outros prêmios vieram e a consagração da crítica se deu em forma de uma matéria de destaque na revista Rolling Stones Brasil. Seu EP Reticências foi lançado em 2007 e lançou seu primeiro CD Parte de Nós no ano passado. Diego prefere não apontar influências, mas diz que ouve Tom Zé, Bob Dylan, Mutantes, Júpiter Maçã, entre outros.

Horton Macedo

Conceituado compositor e instrumentista de sopro, Horton carrega consigo o jazz e uma vasta experiência adquirida tocando pelos pubs do Brasil e da Europa. Durante os dois anos que morou na Bélgica, ele se apresentava tocando música brasileira e jazz com sax soprano, sax tenor e flauta transversal. Suas composições foram regravadas por nomes de peso como Gilberto Correia, Divino Arbués, Pádua, Du Oliveira e Flávio Dell'Izola. Horton participou de algumas edições do Encontro de Música do Centro-Oeste, quando tocou com Tetê e Alzira Espíndola, Almir Satter e Renato Teixeira. Atualmente, o músico integra o grupo Café com Blues na Bahia.



Goiânia Canto de Ouro
Quando: Hoje, amanhã e sábado a partir das 21h / Domingo, a partir das 18h
Onde: Teatro do Centro Cultural Goiânia Ouro – Rua 3, esq. c/ Rua 9 – Centro
Ingressos: R$ 12,00 (inteira) / R$ 6,00 (meia)
Sorteio de Ingressos: Twitter (@goianiaouro)
Informações: 3524-2541 / 3524-2542

PROGRAMAÇÃO
 
9º Elenco
17, 18 e 19 de março
Cantores: Beto Cupertino, Cristiane Perné, Diego de Moraes e Horton Macedo
Banda: Guilherme Santana, Nonato Mendes, Front Jr., Sérgio Pato e Henrique Reis

10º Elenco
20 de março (domingo)
Projeto Radiografia
Artistas e bandas: Gustavo Carvalho, José Teles, Ponto de Escambo, PretoCoresPreto, Space Truck, Super Super e Ton Só
Direção de elenco: Dênio de Paula
11º Elenco
24, 25 e 26 de março
Cantores: Fausto Noleto, Henrique, Octávio Scapin e TomChris
Banda: Guilherme Santana, Bruno Rejan, Henrique Reis, Edilson Morais e Luiz Chaffin
Direção de elenco: Luiz Chaffin
12º Elenco
31 de março, 1 e 2 de abril
Cantores: Adalto Bento Leal, Fé Menina, Gustavo Veiga e Maíra
Banda: Fred Valle, Marcelo Maia, Edílson Morais, William Cândido e Luiz Chaffin
Direção de elenco: Luiz Chaffin
13º Elenco
3 de abril (domingo)
Bandas de Gyn
Bandas: Gloom, Kabiotó, Passarinhos do Cerrado e Umbando
14º Elenco
7, 8 e 9 de abril
Cantores: Amauri Garcia, Maria Eugênia, Luiz Augusto, Taís Guerino e Walter Carvalho
Banda: Fred Valle, Marcelo Maia, Edílson Morais, William Cândido e Luiz Chaffin
Direção de elenco: Luiz Chaffin
15º Elenco
14, 15 e 16 de abril
Cantores: Bel Maia, Camila Faustino, Juraíldes da Cruz e Pádua
Banda: Fred Valle, Marcelo Maia, Edílson Morais, William Cândido e Luiz Chaffin
Direção de elenco: Luiz Chaffin