Parece piada, mas Tiririca é o deputado federal mais votado do País nas eleições. Assim como ele, outros famosos pegaram carona nos “votos de protesto”, integrando a lista das candidaturas risíveis
A eleição de Tiririca como deputado federal por São Paulo, com 1.353.820 votos, é uma demonstração de que grande parte dos brasileiros, sendo que todos são obrigados a votar, não leva a eleição a sério. Nem os eleitores, nem os candidatos parecem entender a gravidade da situação. A quantidade de pessoas que pleitearam um cargo tendo como mote da campanha apenas sua fama é tão pertinente quanto a quantidade delas que foi eleita. Tiririca, que ainda por cima é suspeito de ser analfabeto, é apenas a ponta do iceberg de candidaturas risíveis.
Muitos são os nomes que integram a lista de candidatos dignos de piada. Muitos foram eleitos, outros não. O jogador Túlio Maravilha figurou entre os menos votados na lista dos candidatos famosos do site de notícias G1. Ele concorreu à vaga de deputado federal por Goiás, mas só conseguiu 4.526 votos, figurando em 145º lugar no ranking. Atualmente, o atleta do Botafogo-DF também é vereador por Goiânia e tem o projeto Gol Solidário, no qual se compromete a doar cestas básicas para cada gol feito no Campeonato Goiano. Em seu site, ele declara que, “além de matar a fome de gols, ele mata a fome de muita gente”. Deve ter muito necessitado de barriga vazia rezando para que os goleiros goianos comam muitos frangos.
O ex-jogador Romário é outro que parece entender mais de bola do que de política. Durante o anúncio de sua filiação ao PSB, ele cometeu a maior gafe nesse tipo de coletiva: confundiu o nome do seu partido e declarou estar se filiando ao PSDB. Romário se elegeu como deputado federal pelo Rio de Janeiro com 146.859 votos. Seu companheiro de campo Bebeto Tetra também foi eleito pelo Rio de Janeiro com 28.328, mas como deputado estadual. Bem que ele poderia ter pleiteado o cargo federal, assim, teria como bater uma bolinha com Romário na garagem do Congresso Nacional entre uma votação e outra.
Frutas
Frutas
Atrizes, cantoras, dançarinas e mulheres cujo maior talento é mostrar o corpo também engrossam a lista de famosos candidatos. Miryan Rios começou sua carreira de atriz aos 16 anos. Aos 20 e aos 21, posou nua para duas revistas e, em 2010, foi eleita deputada estadual pelo Rio de Janeiro aos 52 anos, com 22.169 votos. Uma outra onda verde invadiu as urnas e fomos deliciados (ou enojados) pelas candidaturas da Mulher Melão e da Mulher Pera. Porém, os eleitores não compraram essa ideia de frutaria e elas não foram eleitas como deputadas federais pelo Rio de Janeiro e por São Paulo, respectivamente. Quem também ficou na mercearia foi a funkeira Tati Quebra Barraco, cujo refrão de uma de suas músicas é “60 na mandioca”. Ela fez jus à letra ficando em 405º lugar na eleição para deputada federal no Rio, com 1.052 votos.
Financiar a candidatura de famosos é vantajoso para os partidos, pois o Brasil usa o sistema proporcional para eleger vereadores e deputados. Na prática, isso permite que os votos que o eleitor deu a Tiririca como uma forma de protesto sejam transferidos a outros candidatos da coligação do humorista. Nesta eleição, os votos de Tiririca ajudaram a eleger o delegado Protógenes Queiroz, do PCdoB, como deputado federal por São Paulo, com 94.906 votos, enquanto Vanderlei Macris, de outra coligação, ficou de fora, com 111.53 votos. Agora resta saber quem vai rir por último.
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