sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Nem tão desconhecidos

Publicado em 25 de fevereiro de 2011

Aos 58 anos, Liam Neeson estrela longa de ação com trama batida. No Cine Cultura, entra em cartaz o premiado longa romeno A leste de Bucareste de 2006, do diretor Corneliu Porumboiu

Mais dois filmes entram em cartaz hoje nas salas de cinema goianas. O  blockbuster Desconhecido (Unknown - 2011) com o ator Liam Neeson e o cult romeno A leste de Bucareste (A fost sau n-a fost? - 2006). Este último apenas no Cine Cultura da Praça Cívica, enquanto que o primeiro faz parte da programação de diversos cinemas da cidade.

Os experientes Frank Langella e Liam Neeson dividem a tela em thriller de ação que já é sucesso nos cinemas dos Estados Unidos

A trama do filme de Neeson usa uma fórmula bem conhecida: o personagem principal, o Doutor Martin Harris, acorda após um acidente e descobre que teve sua identidade roubada. Ninguém, nem mesmo sua esposa o reconhece mais. Ignorado por autoridades e caçado por assassinos, Harris começa a questionar sua sanidade mental e tem dúvidas sobre o que seria real e o que seria apenas sua imaginação.
Apesar da fórmula desgastada, Desconhecido, que foi filmado na Alemanha, ficou em primeiro lugar em sua estreia nos Estados Unidos. O interessante é que 85% do público americano que prestigiou o quase sessentão Liam Neeson tinha mais de 25 anos, sendo que 54% estavam acima dos 50.

Fato ou ficção?

A outra estreia também questiona a realidade, mas extrapola o campo psicológico para analisar a história. Uma rede de TV romena de uma pequena cidade a leste de Bucareste (entendeu o nome do filme?), no aniversário de 16 anos da queda do ditador Ceaucescu, faz um programa com entrevistados para questionar se a praça da Capital estaria cheia ou vazia antes do anúncio da partida do ditador. O povo na praça foi a um ato político de derrubada de um governo ou apenas a uma comemoração?

Ator romeno Mircea Andreescu vive um apresentador de TV que faz “hora extra” com a produtora do programa, sua amante
 
O diretor estreante Corneliu Porumboiu conduziu a narrativa com um humor sutil aliado a uma crítica política sem panfletagem. Adepto da comédia textual e do absurdo, ele flerta com o humor físico sem desumanizar os personagens. A crítica e seus colegas aprovaram a direção e ele foi agraciado com o premio Camera d’Or no festival de Cannes. Quanto ao público, ele pode até agradar, mas na internet é possível encontrar alguns comentários que o classificam como decepcionante e sem graça. Se você se interessou pela trama, assista e forme sua própria opinião.

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