Publicada em 03 de fevereiro de 2011
Exposição reúne manuscritos originais, correspondências, fotografias e outros artigos próprios da poetisa goiana. A mostra, idealizada por Júlia Peregrino, fica em cartaz até o dia 13 de março
A exposição mostra a vida de Cora desde menina no banco das mais atrasadas no colégio até a jovem intelectual que publicou seu primeiro texto aos 14 anos e que colaboraria, ao longo da vida, com centenas de jornais em Goiás, São Paulo e várias outras cidades brasileiras
O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro recebe, até 13 de março, a exposição Cora Coralina – Coração do Brasil, após ser vista por mais de 400 mil pessoas no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. A mostra, idealizada pela curadora Júlia Peregrino, exibe uma visão profundo do universo da poetiza, contista e intelectual goiana, desde que nasceu, em 1889 até sua morte, em 1985. A exposição é também uma homenagem aos 25 anos do falecimento de Cora Coralina traduzida em fotos, vídeos, documentos e arquivos que nunca haviam saído da Casa de Cora Coralina, na Cidade de Goiás. A cenografia jé assinada por Daniela Thomas e Felipe Tassara e funciona como um portal para as sensações que permeiam a presença forte de Cora na literatura brasileira.
Cora Coralina é o pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. Segundo a assessoria de imprensa da exposição, o nome Ana existia aos montes em Goiás por conta da padroeira Sant' Anna. “Por medo de que minha glória literária fosse atribuída a outra Ana mais bonita do que eu”, justificou Cora, resolveu encontrar um nome “que não tivesse xará” e, após muita busca, decidiu-se por Cora. “Mas ainda era pouco para mim”, revela, e não descansou até encontrar Coralina e atribuir-se um nome sonoro, marulhante como as águas inconstantes do seu amado Rio Vermelho.
Aninha começou a escrever aos 14 anos, mas o primeiro livro de Cora Coralina só foi publicado aos 76 anos. A poetiza ficou conhecida nacionalmente após estrelar uma emocionada crônica de Carlos Drummond de Andrade. Doceira de profissão, Cora produziu uma obra rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular, dos becos e ruas históricas da cidade de Goiás, onde nasceu, no coração do Brasil.
A escritora colaborou, ao longo de sua vida com centenas de jornais em Goiás, além de São Paulo e outros estados brasileiros. Corajosa, decidiu, em 1911, viver com um homem separado e partiu para São Paulo, onde criou quatro filhos seus e um do primeiro casamento do marido. Foi vendedora de porta em porta de livros da Editora José Olympio, atuou como comerciante, sitiante e atuou em diversas causas. Foi voluntária da Revolução Constitucionalista de 1932, batalhou pelo voto feminino e recomeçou a vida aos 67 anos de volta a Goiás, fazendo doce para vender. Tudo isso sem se afastar de sua poesia inspirada na sua terra e na própria memória e com a qual conquistou o Brasil aos 91 anos de idade.
Coração do Brasil
Quando: Até 13 de março (de terça-feira a domingo, das 9h às 21h)
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil - Rua Primeiro de Março, nº 66 – Centro, Rio de Janeiro
Entrada franca
Informações: (21) 3808-2020
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