Um perfume, mais do que apenas despertar sensações, é capaz de ativar a memória, com lembranças boas ou ruins e também pode afetar o humor das pessoas, muitas vezes, sem que elas se deem conta disso
Geralmente, ao sentirmos um cheiro, despertamos uma lembrança adormecida. Outras vezes, um odor pode trazer à tona apenas uma sensação sem que saibamos ao certo porque nos sentimos daquele jeito naquele momento. Os cheiros nos afetam desta forma porque o bulbo olfativo, parte do cérebro responsável pela detecção de odores, fica no sistema límbico, uma área associada à memória. Como o bulbo tem acesso íntimo à amígdala, que processa emoções, e ao hipocampo, responsável pelo aprendizado associativo, o olfato pode trazer à tona respostas poderosas quase instantaneamente.
“O que uso para dormir? Apenas duas gotas de Chanel nº 5” respondeu Marilyn Monroe a um jornalista em 1953
A advogada Rosana Nogueira adora usar perfumes e tem muitas lembranças associadas a alguns deles. Em 1977, ela ganhou da cunhada que mora no exterior seu primeiro frasco do “Fleur de Rocaille” da Casa Caron. A fragrância que foi criada em 1933 fez parte da vida de Rosana até 1989, quando sua cunhada trocou o presente anual por outro perfume, o “Poison” da Dior, criado em 1985. O cheiro “Fleur de Rocaille” marcou uma parte importante de sua vida de casada. O marido de Rosana faleceu em 2006 e ela, quando sente o cheiro do perfume, sente-se bem e lembra do esposo.
Uma outra fragrância também faz Rosana lembrar-se do marido, mas este odor não remete a boas lembranças. A advogada conta que era o dia do seu aniversário de casamente, há muitos anos, quando ainda morava no interior do Estado. O marido saiu para comemorar com os amigos e chegou tarde em casa, quase na hora reservada no restaurante. Rosana estava muito brava e sentiu no ar um cheiro de um perfume “ralé, muito barato.” Enquanto ele foi tomar banho, ela cheirou a gola da camisa dele, foi ao carro, inspecionou o banco do motorista e do passageiro e encontrou traços do perfume naqueles lugares. A advogada chegou a cheirar o cós da cueca do marido, mas, felizmente, não encontrou o cheiro do maldito perfume lá. Apesar de não ter encontrado uma prova definitiva de traição, Rosana estava muito nervosa, se recusou a sair com o marido e ele levou as duas filhas ao restaurante, ao invés da esposa que ficou em casa para aplacar a raiva.
Rosana não conseguiu identificar qual era o perfume, mas, até hoje, quando sente um cheiro parecido com aquele sentido na gola da camisa do falecido marido, se lembra do incidente e fica com raiva. Atualmente, ela usa o perfume “Ange ou Démon” da Givenchy “em ocasiões especiais” e o “Kriska” da Natura como colônia diária.
História do perfume
Recentemente, o jornalista, humorista do programa CQC da Band disse, em seu Twitter, que “quem usa perfume, naturalmente, fede”. E ele não deixa de ter razão. O perfume foi criado para camuflar os odores naturais do corpo humano que não agradam nem ao dono do cheiro, nem a quem está perto dele. Estudos históricos indicam que a arte de elaboração do perfume nasceu o Egito. Os primeiros clientes dos perfumistas da antiguidade foram os faraós e membros da corte. Logo, a vontade de cheirar melhor se difundiu e o uso do perfume se disseminou.
Cena de O perfume – a história de um assassino (The story of a murdurer - 2006): filme mostra a história de Grenouille, possuidor de um olfato extraordinário, que mata jovens ruivas para extrair delas o perfume perfeito
Durante a idade média, a perfumaria ficou esquecida e esta era, além de mergulhada nas trevas, não cheirava nada bem. Pelas crenças da época, o banho deveria ser evitado, pois a água era considerada uma fonte de contaminação. Naquele tempo, feder parecia ser um sinônimo de saúde. No entanto, foi nos mosteiros medievais que se inventou o álcool, um importantíssimo elemento para a perfumaria moderna. Mais tarde, lá pelo século XV, as atividades da farmacia foram iniciadas pelos frades dominicanos que produziam essencias, pomadas, bálsamos e outras preparações medicinais, muitas produzidas até hoje. Quando a italiana Catarina de Médicis se mudou para França para se casar com o rei Henrique III, em 1533, ela levou seu perfumista pessoal que fundou a primeira butique de perfumes do país – o primeiro passo da megaindústria francesa de perfumaria.
Perfume de grife
Saltamos do século XV para cairmos no início do século XX, em 1921, data da criação do perfume Chanel nº 5. Esta fragrancia foi importante por ser o primeiro lançado por uma estilista, Coco Chanel. Segundo Jaques Polgue, perfumista da marca, “o fator que explica a longevidade do Chanel nº 5 é a existência de um equilibrio entre uma presença e um misterio”. O fator Marilyn Monroe também pode explicar a longevidade da fragrância. Em 1953, sem qualquer contrato com a Chanel, ela respondeu em uma entrevista que usava apenas duas gotas de Chanel nº 5 para dormir e nada mais. A declaração foi bombástica e, mais tarde a atriz americana estrelou uma campanha para o perfume.
A maison Chanel continua usando super-estrelas para suas campanhas, além de continuar comercializando a fórmula original na versão de extrato e eau de parfum. Em 2004, o brasileiro Rodrigo Santoro atuou em um comercial do perfume ao lado de Nicole Kidman e, atualmente, a atriz francesa Audrey Tautout, que interpretou Coco Chanel no cinema, está na campanha intitulada “Trem noturno” que promove o Chanel nº 5. Pelo jeito, o frasquinho quadrado tem muita vida pela frente.
Chanel nº 5 - Chanel
R$ 250,00 (50ml)
Fleur de Rocaille – Caron
R$ 243,50 (50ml)
Ange ou Démon - Givenchy
R$ 368,50 (100ml)
Classique - Jean Paul Gaultier
R$ 387 (100ml)
Flower – Kenzo
R$ 399 (100ml)
Kriska – Natura
R$ 76,90 (100ml)
Madeira do Oriente – Abelha Rainha
R$ 14,99 (65ml)
Poison - Dior
R$ 249,90 (50ml)
Thaty - O Boticario
R$ 39,90 (110ml)
Água da Terra 01
R$ 52,90 (100ml)
Um comentário:
como faço para comprar esses perfumes? me mande um email krkroma@gmail.com
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