Não poder comemorar a data em família é um dos motivos que levam alguns a celebrar com pessoas tão próximas quanto os parentes
Virgínia Gomes, Jeferson Eduardo Armstrong e Morena Coelho pretendem passar a noite de Natal juntos em uma festa pouco tradicional. Para eles, nada de peru ou amigo-oculto, apenas diversão
Ao se falar em Natal, é bem provável que nos lembremos de coisas boas como panetone, Papai Noel e presentes. Muita gente pode ainda se lembrar dos shoppings lotados, do trânsito intrafegável e de homens gordos e mal-humorados, fantasiados de vermelho “coca-cola”, tirando fotos com a criançada. As festas em família, boas ou ruins, são outro elemento importante que também faz parte do inconsciente coletivo no que diz respeito a esta data. Vale lembrar que as confraternizações com colegas de trabalho ou da escola coroadas com amigos-ocultos e inimigos-ocultos se proliferam durante este mês, mas a véspera do dia 25 de dezembro, geralmente, é reservada aos parentes. Porém, passar a noite de Natal na companhia de amigos é mais comum do que a maioria das pessoas pensa.
Não ter uma boa comemoração na própria família é um dos motivos que podem levar alguém a filar uma ceia de Natal na casa de outras pessoas que não compartilham os mesmos traços genéticos. A professora Larissa Modesto Guimarães prefere passar esta noite na casa de amigos exatamente por esta razão. “Como lá em casa só tem uma jantinha especial, eu passo em um lugar que tem mais gente, mais diversão e coisas para fazer”, afirma ela. Quando mais nova, a professora passava o Natal com parentes, mas, desde que seus pais se separaram, ela comemora a data com a família de amigos. Ela vai para a casa de alguém próximo que a convida e passa a noite toda lá, na companhia dos familiares do amigo. “Acho que, na noite natalina, não deve ter muita coisa para se fazer fora de casa, porque todo mundo deve estar na casa de alguém”, conjectura.
O ator e professor Robson Parente, quando não passa a data com a família, vai para a casa de algum amigo. Neste ano, ele pretende celebrar a amizade com alguém que não tenha nem o sobrenome, nem denominação de parente, mas ainda está estudando convites. Para ele, apesar de estar com a família seja bom, não é pecado escolher os amigos para compartilhar momentos como Natal e Ano-Novo. Como Robson trabalha com menores infratores, sendo que muitos estão em regime fechado, ele conhece bem a dor de não poder passar estas datas com familiares. Porém, acredita que se deve levar em conta a satisfação de estar na companhia de pessoas que nos fazem bem. “Acho que os amigos deveriam se reunir mais nesses momentos e não ficarmos só com a família, pois, na maioria das vezes, convivemos e temos mais liberdade com eles do que com os nossos familiares.” Robson ainda diz que os amigos “fazem parte de nossas vidas como verdadeiros parentes”.
Larissa também crê não ser pecado escolher os amigos durante as celebrações de fim de ano. Para ela, a conversa de que “Natal é época de perdoar e de ficar com a família” é muito falsa. “Todo dia é dia de ficar com a família e de perdoar. Acho que o fato de ser dia 25 não muda em nada as ações ou pensamentos das pessoas.” A professora é incisiva ao dizer que a compaixão e o amor devem estar presentes todos os dias de nossas vidas. Ela destaca que “não é só porque é Natal que eu sou obrigada a ficar com minha família”. “Eu fico com ela todos os dias e todos os dias eu tenho amor para dividir com ela.” Assim, segundo Larissa, não importa onde se passa o Natal ou o Ano-Novo, desde que cada um esteja onde queira estar, sem se sentir obrigado.
FARRA NATALINA
O gerente de administração financeira Jeferson Eduardo Armstrong sempre passou o Natal com a família. Até este ano. Desta vez, ele trabalha até às 18h de hoje e não pode ir à fazenda de seu avô para as comemorações familiares. Mas ele não está nem um pouquinho triste com esta situação. Para Jeferson, em 2010, o Natal será entre seus amigos e ele não quer nada tradicional. Nada de ceia à meia-noite com peru ou amigo-oculto. Apenas uma mesa de frutas, cerveja, som, carne assada e muita diversão. Jeferson afirma que seus amigos tornaram-se sua família e, por isso, não há sentimento de perda ou de culpa por passar a data com pessoas que não são seus parentes de sangue.
Segundo o gerente, o verdadeiro sentido do Natal é estar em paz e feliz de coração e alma. Família para ele é um termo abrangente que pode encontrar significado no seio dos amigos que nos tratam bem e nos respeitam como seres humanos. “Acredito que este será um dos melhores Natais que já tive. E bons amigos são a família que nos permite escolher”, comemora Jeferson.
Baladas de natal
Se for comemorar fora de casa, escolha entre um programa com cara de família ou uma festa com cara de amigos
After X.Mas
Quando: hoje, a partir das 23h59
Onde: Fiction. Rua 87, nº 536, Setor Sul
Ingressos: R$ 15 (mulher com nome na lista), R$ 25 (homem com nome na lista), R$ 40 (mulher com consumação) e R$ 80 (homem com consumação)
Informações: 3541-0429
Ceia de Natal
Quando: hoje, a partir das 20h30
Onde: Castro’s Park Hotel. Avenida Republica do Libano, nº 1520, Setor Oeste
Ingressos: R$ 132 (adultos), R$ 66 (crianças de 6 a 10 anos) e cortesia para crianças de até 5 anos
Informações: 3096-2000
Criança Feliz Natal da OVG
Quando: até 25/12, das 19h às 22h
Onde: Praça Cívica, Centro
Ingressos: entrada franca
Informações: 3201-9400
Jingle
Quando: hoje, a partir das 23h
Onde: Disel Lounge, Rua 5, nº 1169, Setor Oeste
Ingressos: R$ 25 (entrada até a 0h – pista com open bar), R$ 30 (entrada após a 0h – pista com open bar), R$ 35 (entrada até a 0h – camarote com open bar) e R$ 40 (entrada após a 0h – camarote com open bar)
Informações: 3215-2307
Merry Fukin’ Xmas
Quando: na madrugada de hoje para amanhã, a partir da 1h
Onde: El Club. Rua 115, nº 1038, Setor Sul
Ingressos: R$ 15
Informações: 3645-4832
Nenhum comentário:
Postar um comentário